domingo, 1 de julho de 2012

Nem todos os diplomados constroem mais valia para o País...alguns senão muitos adaptam-se como lapas ao sitema, sentam-se na poltrona e esperam agachados...

O Ensino tal qual ele está esquematizado revela insuficiências elementares, que indiciam formas sofisticadas de corporativismo que soldam os interesses das corporações às atividades profissionais que se propõem atingir e depois controlar – isto é, a corporação referente à medicina aspira por monopolizar o chamado ato médico mesmo que seja para passar receitas que se destinam exclusivamente a resolver a comparticipação do Estado, ou para resolver simples atestados de robustez, onde o interessado deveria ser sempre o mais responsável; a corporação relacionada com a advocacia e com lobies poderosos ao nível da política tudo fazem para substituir outros cidadãos no ativo, pese o facto de possuírem formação profissional e experiência para desempenhar o cargo; o loby farmacêutico que num pequeno canto e numa pequena área territorial desenvolve um negócio com rentabilidade altíssima, elimina qualquer espécie de concorrência porque a sua Ordem possuidora dum estatuto financeiro poderosíssimo, qual baluarte granítico, arrasa qualquer tentativa para abrir o monopólio de venda de medicamentos ao público e com tal sistema elimina a concorrência de mercado aberto; outros, muitos, controlam a bel-prazer o mercado de trabalho e não vale a pena continuar a abordar tal questiúncula porque seria fastidioso e depois, isso é um assunto que todos conhecem – daí que atalhe o assunto – apontar o erro consentido pelo sistema e que se auto-perpetua em monopólios e oligopólios académicos que lhe dão acesso eterno a investimentos sem risco é uma necessidade, quando se sabe existirem hoje meios de informação especializados ao alcance dum dedo – seria um desaforo incompreensível para todos se para apresentar uma simples declaração de IRS, fosse necessário contratar um TOC ou se e no caso de haver um acidente grave um cidadão qualquer não pudesse por força de lei, administrar uma técnica de primeiro socorro que conhece e que ajude o sinistrado a sobreviver…e já agora seria espantoso que para concertar uma simples dobradiça num portão de ferro, o povo fosse obrigado a chamar um Engenheiro encartado. Todos estamos no mesmo barco e todos precisamos uns dos outros, o que é lamentável é que se criem interesses poderosos que o cidadão é obrigado a pagar como se existisse uma teia profissional de elite tecida propositadamente para encher os bolsos.

As cartilhas que estratificam o ensino, especificando com zelo o que tem de ser ensinado e assimilado pelo alunos, tem ao longo dos anos e muito especificamente depois duma determinada data, construído uma fraude monumental, dizendo que a escola oferece ao formando o meio como se comportará perante a vida e com esse específico elemento do raciocínio o aluno no futuro terá de construir o seu modo de vida quer seja profissional, familiar, religioso ou qualquer outro – o ensino é direcionado calculistamente para uma determinada direção por outros bem experientes e sagazes que vedam em teoria absoluta abordagens a matérias que se estivessem abertas os poderia prejudicar – isto é, um aluno que nunca entendeu a forma de ensinar dum determinado professor ou que nunca se identificou com o processo de ensino por razões variadas e optou por um caminho autónomo de aprendizagem, não é reconhecido como podendo fazer valer legalmente esses mesmos conhecimentos, ficando proibido na prática profissional de utilizar um conhecimento que ele individualmente construiu e se prontifica a demonstrar se necessário for – explicando melhor um cidadão que tenha apresentado uma queixa no Ministério Público contra alguém que o prejudicou, por não ser advogado, é-lhe pura e simplesmente vedado o acesso ao processo, o que revela um preciosismo corporativista angustiante – outro exemplo é o caso do doente a “passar de porta” que farto das promessas envolvidas em hipocrisia lastimável, resolve assumir o seu próprio destino, encurtando-o, poderá sem ter querido, vir a criar no curto prazo um cenário justiceiro de monta, o que é verdadeiramente uma catástrofe para a democracia e um fardo roto para a solidariedade que alguns gratuitamente apregoam.

O ensino tem de possuir vertentes prática/teóricas globais, com acesso a conhecimentos variados mesmo que mínimos e não especializados, para que mais tarde o formando os possa utilizar como arma para sobreviver no mundo real e não estar condicionado por subserviências excessivas e sempre enleadas nos diplomas que nalguns casos já não representam coisa nenhuma – neste momento vale mais saber “explodir” para baixar os 10” nos cem metros do que ter um professor com um diploma tecido no Instituto e que não consegue baixar fasquia nenhuma... e depois porque é não se pergunta ao bombeiro quando em ação num sinistro, se está em condições físicas para subir ao telhado em chamas, quando todos se afastam… e porque é que determinado empresário que não possui habilitações e emprega dezenas de colaboradores, pura e simplesmente não é substituído por outro academicamente mais legalizado…?

Perguntarão alguns, mas temos de ser todos responsabilizados da mesma maneira? Claro que não, pois quem deve estar instalado nos comandos onde tudo se equaciona, serão todos os que, não estando inibidos, percorreram um labirinto académico certificado, desenvolveram com sucesso uma ou várias atividades profissionais, são referências públicas de topo e que a qualquer momento admitem ser desafiados para demonstrar conhecimentos nucleares na pirâmide onde estão instalados – um qualquer profissional que está no topo por mérito não tem medo do confronto entre pares do que tem medo é da capa que cobre e descobre interesses fundados em negócios parasitários que criam exclusão e que todos os dias afundam o povo simplório mais um pouco…

E depois quem tem medo da concorrência que consolida e constrói assunção de responsabilidade para o cidadão que aprende com os erros? - o que muitos no seu mais intimo recato aspiram “em verdade vos digo” é que os ignorantes quadrupliquem, para poderem “nadar” à vontade na piscina olímpica pensada e executada à sua justa medida…os catalogados de "UTENTES" que são o povo, não usufruem do sistema que é pago por eles, porque outros, os chamados altamente especializados e que pululam como pulgas nos quatro cantos, controlam todos os acessos, para dominar e encher os bolsos...

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